Mikaela
Dia 26 de Dezembro completaram-se dois anos que aconteceu o Tsunami que devastou a costa do Índico e vitimou centenas de milhares de pessoas.
Um desastre desta dimensão, decerto jamais será esquecido. Nem a distância nem o tempo tornam menos presente a memória dos dramas e dos milagres que então aconteceram e que hoje faço questão de vir aqui recordar.
Dramas e milagres que têm rostos.
Rostos dos que desapareceram, mas também dos que sobreviveram, carregando consigo a memória de uma experiência pessoal terrível e em muitos casos de uma saudade arrasadora dos que então partiram.
Milagres como o da pequena Micaela de 5 anos, que sem saber nadar consegui manter-se à tona da água, enquanto a sua mãe desaparecia engolida por uma vaga gigantesca.
Dramas como o da princesa real tailandesa que viu o seu filho a ser tragado pelas águas enquanto salvava o filho de um turista americano de ter a mesma sorte.
Dramas e milagres que produziram cadeias de solidariedade internacional, provocadas tanto pela comoção universal que este acontecimento originou, como por tragédias pessoais, como a da estrela da televisão americana Nate Berkus que com o seu parceiro, o fotografo Fernando Bengoechea, conseguiu superar a primeira vaga, mas que viu depois o seu companheiro desaparecer no turbilhão do segundo avanço da maré.
Para milhões de pessoas, nada mais voltará a ser como dantes.
Para milhões de pessoas, a alegria de um momento, transformou-se em horror segundos depois.
Pessoas como nós, desaparecidos e sobreviventes de uma tragédia que hoje completa dois anos nas nossas memórias