No domingo passado também, desloquei-me à feira do Livro e, dado ter lido algo de preocupante sobre o Pavilhão Carlos Lopes, resolvi passar por lá.
Na verdade, pude constatar no local que este edifício se encontra abandonado e que a zona das colunatas, quer à esquerda, quer à direita, se encontra agora entaipada por chapas metálicas. Além disso os vidros das janelas laterais começam a ficar partidos.
Penso que as chapas se destinam a evitar que o interior seja ainda mais vandalizado do que já se encontra.
Pergunto-me pois que patriotismo é o nosso? Que povo é que nós somos e que prioridades possuímos enquanto Nação? Será que não valeria a pena pensarmos mais nas cores nacionais quando o nosso património histórico se encontra em perigo, do que quando há jogos de futebol?
E inevitavelmente comparo o que vejo diariamente por toda a Lisboa:
que demonstra uma degradação vastissima, sem se vislumbrar nada para a reverter, com o que vi por exemplo em Varsóvia, onde uma Capital que foi arrasada pela Guerra
Esse centro histórico foi completamente reconstruído ao pormenor, tendo-se recorrido, para melhor perfeição da obra, a planos que datavam da Idade Média.
Ora Lisboa, que não foi destruída pela Guerra de 1939-1945, não deveria estar como está, se tivesse tido, por parte dos seus dirigentes capacidade e vontade... e também, diga-se em abono da verdade, o mínimo de exigência e de amor por parte dos seus cidadãos.
Ora Lisboa, que não foi destruída pela Guerra de 1939-1945, não deveria estar como está, se tivesse tido, por parte dos seus dirigentes capacidade e vontade... e também, diga-se em abono da verdade, o mínimo de exigência e de amor por parte dos seus cidadãos.
Lisboa, tal como outras cidades portuguesas, não teria fazer o esforço extraordinário, que várias urbes da Europa central fizeram para se recuperar, bastar-lhe-ía ter cuidado normalmente do seu legado histórico. Tão só!
Mas não o fez! Nem parece querer fazer! E isto perante a indiferença quase geral de um povo.
O que nos fará diferentes a nós, que temos atitudes tão diversas das dos restantes povos, que quer no ocidente, quer no leste europeu, tiveram este glorioso empenho em preservar e recuperar de forma tão admiravel as suas cidades e monumentos, após a hecatombe da Segunda Guerra Mundial?
Junto mais duas fotos, que retratam os mesmos locais de Varsóvia. Primeiro destruído e depois já reconstruído.
foto tirada do mêsmo angulo da anterior
Sinceramente, vou achando que o nosso “patriotismo” não anda lá muito bem canalizado e que talvez fosse tempo de ser voltado para coisas mais importantes.
Nesta foto vêm-se os pedaços da coluna partida, que foram utilizados depois para reerguer a nova.
Quando há vontade a obra faz-se! E para mim uma obra destas é o paradigma do patriotismo e de uma cidadania adulta, consciente e civilizada.
Quando há alguns meses visitei o nosso Palácio da Ajuda, que não só nunca foi acabado, como viu ocorrer um incêndio em 1974, do qual ainda não se recompôs, fiquei extremamente triste com o que encontrei no seu interior: mobiliário degradado, tecidos de parede sujos e corroídos, cortinados sujíssimos, manchas de humidade enormes nalguns tectos e paredes.
Quando há vontade a obra faz-se! E para mim uma obra destas é o paradigma do patriotismo e de uma cidadania adulta, consciente e civilizada.
Quando há alguns meses visitei o nosso Palácio da Ajuda, que não só nunca foi acabado, como viu ocorrer um incêndio em 1974, do qual ainda não se recompôs, fiquei extremamente triste com o que encontrei no seu interior: mobiliário degradado, tecidos de parede sujos e corroídos, cortinados sujíssimos, manchas de humidade enormes nalguns tectos e paredes.
Acabei por fazer uma espécie de “visita de médico” ao Palácio, pois até senti vergonha das caras estarrecidas de alguns estrangeiros que naquele momento testemunharam tal “miséria.
E aí, recordei novamente Varsóvia, porque é, talvez a par de Dresden, um dos exemplos mais radicais de destruição e de reconstrução que conheço.
E em Varsóvia, o Palácio, tal como 95% da cidade estava destruído.
E aí, recordei novamente Varsóvia, porque é, talvez a par de Dresden, um dos exemplos mais radicais de destruição e de reconstrução que conheço.
E em Varsóvia, o Palácio, tal como 95% da cidade estava destruído.
Contudo, num esforço excepcional povo polaco fez renascer das cinzas o seu símbolo histórico e hoje o Palácio está como novo. Quer exteriormente:
Quer no que se refere ao seu interior:
Sinceramente, vou achando que o nosso “patriotismo” não anda lá muito bem canalizado e que talvez fosse tempo de ser voltado para coisas mais importantes.
Tenho verificado, que por aqui, na Blogosfera há um conjunto de blogs muitissimo bons, que se têm empenhado dedicadamente na denúncia e na proposição de medidas para as cidades portuguesas.
Contudo, serão decerto ainda muito poucos, para a dimensão do problema que se constata existir.
Como uma parte muito considerável dos nossos concidadãos parece não estar muito sensibilizada para estas questões, julgo que os que se preocupam com estas matérias terão que redobrar os seus esforços de sensibilização dos dirigentes que nos couberam em sorte . Mas como?
Permito-me dar uma sugestão! Talvez ingénua, talvez absurda, ou talvez não!
Lá vai:
Dado que o mundo dos blogs é hoje em dia campo de consulta obrigatória de jornalistas e de políticos, porque não todos os bloguistas reservarem um dia da semana para dedicarem a esta temática?
Mostrando fotos de prédios degradados, fazendo relatos, ou até mesmo simplesmente dizendo frases simples, como por exemplo:
Senhores políticos, Lisboa está a descaracterizar-se e a cair aos bocados, nós estamos atentos e se não fizerem nada, para parar com esta insanidade, não iremos votar vós nas próximas eleições.
E isto, quem fala de Lisboa, fala do Porto, de Faro, da Guarda, de Setúbal, de Tomar, de Bragança…. Fala de todo o país de norte a sul.
Se centenas ou milhares de bloguistas iniciarem um simples movimento destes, talvez possa haver algum eco e algum efeito poderá surgir.
Como uma parte muito considerável dos nossos concidadãos parece não estar muito sensibilizada para estas questões, julgo que os que se preocupam com estas matérias terão que redobrar os seus esforços de sensibilização dos dirigentes que nos couberam em sorte . Mas como?
Permito-me dar uma sugestão! Talvez ingénua, talvez absurda, ou talvez não!
Lá vai:
Dado que o mundo dos blogs é hoje em dia campo de consulta obrigatória de jornalistas e de políticos, porque não todos os bloguistas reservarem um dia da semana para dedicarem a esta temática?
Mostrando fotos de prédios degradados, fazendo relatos, ou até mesmo simplesmente dizendo frases simples, como por exemplo:
Senhores políticos, Lisboa está a descaracterizar-se e a cair aos bocados, nós estamos atentos e se não fizerem nada, para parar com esta insanidade, não iremos votar vós nas próximas eleições.
E isto, quem fala de Lisboa, fala do Porto, de Faro, da Guarda, de Setúbal, de Tomar, de Bragança…. Fala de todo o país de norte a sul.
Se centenas ou milhares de bloguistas iniciarem um simples movimento destes, talvez possa haver algum eco e algum efeito poderá surgir.
Seja isto ou seja o que for, algo terá que ser feito! Vai sendo já quase uma vergonha nacional, andar nas nossas ruas e ver o estado dos nossos monumentos!
Estimado e Genial Amigo:
ResponderEliminarUma atitude de verdadeira dignidade e de verdade, a sua.
Olhe, conto visitar Varsóvia no próximo Verão. Forneceu-me elementos de grandiosidade perante a riqueza arquitectónica daquele povo.
Vou fazê-lo em retribuição a um casal de adoráveis polacos que visitaram a minha casa num intercâmbio cultural profundo de interesse e de cordialidade amiga entre nós e eles.
Faz uma denuncia sensata e exemplar sobre a falta de atenção para com o nosso vasto património arquitectónico abandonado e à sua triste e desastrosa sensação de menosprezo.
Acho admirável a sua narração, brilhante e digna para com ele.
Urge uma intervenção imediata e urgente, nem que seja só a pensar nos turistas numerosos que nos visitam e que deviamos estimar e mostrar a nossa beleza e encanto em todos os aspectos.
Teremos de esconder as nossas "obras-primas" de ancestrais riquezas votadas ao desprezo e à miséria ornamental, outrora belas e de maravilhar?
Porque não um dia para os blogistas a denunciarem?
Considero que seria de uma enorme dignidade e de carácter gigantesco para com os nossos valiosos monumentos, agora ignorados e esquecidos.
Parabéns por mais um Post admirável, repleto de seriedade, interesse e desmedido valor.
Bem-Haja pelo seu imenso significado de dedicação a um povo: o nosso lindo Povo Português de sempre!
A selecção maravilha tudo faz esquecer?
Oxalá sejamos um pouco sóbrios e sensatos para olhar outros aspectos em que o carácter e a sensatez de sempre impere e dê frutos lindos de Alma e coração ao que tão deslumbrantemente expressa.
SENSACIONAL, amigo genial.
Abraço grandioso de estima, consideração e respeito
Sempre a considerá-lo pela pessoa enorme que é e pelo talento que irradia por todo o lado.
O AMIGO
pena
Adorei, significativo amigo.
Como eu compreendo e subscrevo tudo o que aqui é dito! A cultura e o património não interessam ao nosso povo porque neste país impera esta máxima, que todos os dias tento, ingloriamente, comabeter: "Não sei, não quero saber e tenho raiva a quem me quiser ensinar se não for sobre a selecção". Enchemos a peitaça de um vazio que depressa e gasta, que assim é que é bom! E fazes muito bem em apelar aos jornalistas, pois não deveriam esquecer-se do dever formativo que também deveriam desempenhar! Abraço!
ResponderEliminarNo dia em que começarmos a interiorizar o significado de “cidadania”, terá sido dado o primeiro passo.
ResponderEliminarO estado em que se encontra o Palácio da Ajuda, que foi votado ao “esquecimento” após o incêndio de 1974, revela bem que essa noção não existiu nem existe entre aqueles que têm o poder de mudar algo. A cultura e a recuperação do nosso património arquitectónico não dão votos.... e notícias destas não vendem jornais..., ao contrário do futebol!... A nossa cultura hoje é essa.
Resumindo, somos um povo que merece os governantes que temos tido!
Lamentável este nosso patriotismo, que tem como símbolo uma bola de futebol.
ResponderEliminarLamentável esta cultura que dignifica os estádios catedrais de betão, em detrimento
de um vastíssimo património, por reaver; símbolos da nossa identidade.
Lamentável subverter-se os valores, que desvalorizam o cidadão e humilham o ser humano.
Abraço,
jmj
Amigo
ResponderEliminarSubscrevo tudo quanto aqui foi dito por ti.É sentido por muitos embora não o verbalizem tanto quanto sentem. Tenho a certeza.Questiono-me frequentemente de que costela lusitana teremos nós herdado todo este desprendimento,toda esta indiferença em relação àquilo que é nosso e de que tanto nos deveríamos orgulhar.Um pouco por toda a parte, neste ocidental cantinho ibérico, encontramos destroços, ruínas, casas vandalizadas...
Menosprezamos o passado que fala de nós, ostentamos um presente que nos descridibiliza, estamos a construir um futuro de maior desesperança ainda.
Aceito o teu repto.Tentarei fazer alusão a situações semelhantes.
Com senso, muito senso, escreves. Em boa hora, criaste um blog.
Beijinhos
Caro Com Senso
ResponderEliminarUma análise perfeita, correcta e perfeitamente documentada, como sempre.
E uma tristesa, mas é a realidade: as manifestações de patriotismo veêm-se é no futebol! Acaba essa fantochada e tudo volta ao marasmo habitual.
O caso da reconstrução de Varsóvia, que o amigo tão bem descreve, marca bem a diferença entre o que se faz noutros países e em Portugal. E não só Varsóvia. Veja, por exemplo, Londres. Uma cidade que foi bombardeada dia após dia, ficando só em escombros, e veja agora, a cidade bonita que é. Bem mais perto, a vizinha Espanha, cuida do seu patrimonio de forma exemplar. Constantemente limpam, reparam, cuidam, enfim, orgulham-se dos seus monumentos.
Cá...é a nojeira que se vê! Gastam-se milhões e milhões em obras que só servem para dar prejuízo, e o nosso património, rico e vastíssimo, deixado ao abandono!
É uma vergonha (mas só para quem tem vergonha na cara, não para quem a devia ter).
Parece que hoje estou particularmente maldizente-:)))
É que coisas destas dão-me volta ao estômago.
Desculpe este desabafo tão longo. Prometo ser mais comedida para a próxima ...
Boa noite e
Beijinhos
Mariazita
Tristeza escreve-se com Z !!!
ResponderEliminarQue vergonha rsrsrsrsssssss
Bjs
Mariazita
No dia Mundial do Ambiente reflictamos sobre o património artístico e natural a preservar. Para bem de todos.
ResponderEliminarbjos
Ao amigo Pena
ResponderEliminarGrato mais uma vez pelas simpáticas palavras e uma pequena sugestão para a sua proxima visita a Varsóvia.
Inicie a sua visita por uma deslocaçáo ao centro histórico reconstruído. Lá encontrará o museu da cidade.
Esse museu tem uma particularidade, a visita inicia-se com a exibição de um filme, em que mostram a cidade antes da guerra e depois o estado em que ficou após a guerra.
Verá que a sua visáo de Varsóvia ficará muito enriquecida.
Um abraço
Amigo Arion
Deve ser na verdade desesperante a luta diária contra a indiferença dos que, pela sua própria idade deveriam ser os mais curiosos e interessados....
Obrigado pelas palavras amáveis.
Volte sempre.
Um abraço.
Caro amigo Diz_traído
Tem toda a razão, votos e interesses comerciais imediatos são o que parece contar unicamente para um certo estilo de responsáveis.
Com o meu voto é que já não contam mais!
Um abraço!
Caro Amigo João M. Jacinto
Infelizmente parece mesmo que os valores da sociedade andam trocados.
Há um exagero noticioso relativamente ao futebol, que nãp corresponde minimamente ao seu interesse, quer como espectáculo, quer como elemento de desenvolvimento social!
É na verdade uma triste realidade.
Um abraço
Cara amiga Sophiamar
Eu ando um pouco pessimista pois, vou verificando que infelizmente o mal não está apenas nos políticos. Se assim fosse seria fácil a resolução do problema. O mal é transversal na nossa socieade com uma falta de civismo generalizada, com uma falta de sentimento de pertença completa e com a noção de que só interessa o que está da nossa porta para dentro.
Acho que não há uma ideia de que existe um património comum, de que o Estado somos todos nós... Acho que estamos num caldo de cultura muito complexo e desfavorável à preservação do que é importante.
Grato pelas palavras e pela partilha deste objectivo.
Beijinhos.
Cara amiga Mariazita
Acho que não estava mal-dizente, estava realista.
O Estado faz muito pouco pelo nosso património, e às vezes até faz mal.
Contudo chegámos a um ponto em que eu acho que, mesmo com muita competência e boa vontade, o Estado não conseguiria fazer tudo o que é necessário.
São décadas e décadas de inacção.
Talvez tenhamos que ser nós, sociedade civil, como agora se diz, a ter que tomar iniciativas e tal como noutros paises, juntarmos esforços para que certas obras vão para a frente.
Há ´cerca de 20 anos que está prevista a conclusão do Palácio da Ajuda. Infelizmente não de acordo com os projectos inciais, mas de acordo com um projecto do Arq. Gonçalo Byrne, cujos contornos deveriam ser melhor conhecidos e explicados... Há uma espécie de segredo sobre estas questões, como se não estivessemos a falar de coisas que são públicas... que são de todos nós.
Ponham de facto os olhos em Londres, como muito bem diz... Ou mesmo em Espanha...
Só mesmo aqui, na África da Europa, como disse Almada Negreiros, é que um desleixo tão sistemático pode acontecer...
Um beijinho com amizade.
Cara Mia
Grato pela visita e pela certeira observação! A preservação das cidades não é apenas importante por questões de afecto de e de relevância histórica. É importante em termos de qualidade de vida. De ambiente, portanto.
Beijinhos.
Infelizmente, nós portugueses, es tou a dizer "nós" porque todos nós temos a nossa quota parte de culpa no assunto, somos assim: conseguimos fazer coisas de que não se suspeitaria, como foi a reabilitação da zona oriental de Lisboa, via Expo, e outras de menor monta mas não menor valia, graças a um espírito de "desenrascanço" muito peculiar; e ao mesmo tempo, somos capazes de algumas barbaridades; estou para exemplificar, a referir a "retirada" dos magnificos azulejos do Pavilhão Carlos Lopes, que penso não caíram de podres...
ResponderEliminarClaro que a incúria do Estado e das autarquias é enorme e há que combatê-lo com a denúncia destes casos que são autênticos casos de falta de cultura, pois a conservação do património também é cultura.
Obrigado, por, com este magnífico texto, nos teres "acordado" para esta realidade.
Abraço.
boa tarde.
ResponderEliminarli atentamente a revolta quanto ao estado aque os nossos governantes deixaram chegar algum do nosso parco património.
também amim me incomoda, e muito, este desleixo e falta de amor pelo que é nosso.
Comparou, e bem, com os casos de Varsóvia e citou igualmente Dresden. A esses, paradigmáticos do que um país civilizado e orgulhoso da sua História deve fazer, junto Köln, (Colónia)também bem destruída em parte e que hoje não apresenta marcas dos ataques sofridos. E outros exemplos se poderiam trazer aqui.
A indiferença do povo que refere tem aver com a educação que lhe foi sempre dada, enaltecendo o que é estrangeiro e desprezando o que é nacional.
Não há orgulho do passado, não há cultura, não há amor próprio, apenas se põem bandeirinhas às janelas em manifestações desportivas, para logo se retirarem se por acaso os homens da bola perderem os jogos.
Povo estranho este!
Saudações e parabéns pela oportunidade deste seu escrito, já que está para começar mais uma manifestação de "portuguesismo" no que ao futebol diz respeito. Como se jogos de futebol tivessem alguma importância na emancipação cultural de um povo.
Jorge P.G.
Magnífica reportagem, certeira e actual.Mas é claro que aos governos, incultos e mesquinhos, não lhes interessa preservar o nosso património cultural, seja ele arquitectónico ou outro. Interessa-lhes sim, enquanto estão no poder, e abusando dele, "encher-se" de bens em proveito próprio.
ResponderEliminarE quanto ao "patriotismo" que por aí grassa, não é senão areia atirada aos olhos dos incautos, para os distrair das coisas importantes.
Quanto ao teu apelo, acho-o interessante - será pelo menos um modo de actuar junto de alguma opinião pública, mas não por esta via que vamos chegar lá...
Amigo "Pinguim"
ResponderEliminarDisse muito bem, há uma responsabilidade colectiva neste "descaso" com que o nosso património é tratado.
Pessoalmente tenho até uma curiosidade, que é a de saber, em que medida o nosso povo estaria disponível para que o restauro de monumentos em ruinas fosse feito através de donativos da sociedade civil e não exclusivamente através de fundos estatais que, como sabemos, são escassos até para as mais simples funções essenciais de subsistência.
Obrigado pelas palavras.
Um abraço.
Amigo Jorge P.G.
Há, como diz, factores culturais, muito sérios que contribuem para o desinteresse geral relativamente às questões do património histórico e do património edificado em geral.
Penso, que cada um de nós, ainda que numa modesta medida, poderemos ir remando contra a maré para tentar mudar esse constragimento, que é um dos factores de perpetuação do nosso atraso.
Grato pelas observações amáveis que deixou.
Um abraço.
Amiga Justine
De facto, quando temos governantes pouco empenhados e um povo com as prioridades viradas do avesso o resultado é o que infelizmente conhecemos.
Também creio que pequenos movimentos bloguistas, não serão o motor de nada efectivamente importante, mas creio também que já me vão faltando outros meios de "gritar" as minhas angustias e preocupações.
Obrigado por as ouvir e também partilhar.
Um abraço amigo.
Sinceramente, apoio a selecção nacional com muita força e entusiasmo mas, sou incapaz de tamanha euforia patética e desajustada da nossa realidade actual; assistimos á destruição do nosso litoral, olhamos ímpávidos para as nossas florestas a arder, contribuimos o melhor que podemos, para o total e constante desordenamento do território, deixamos forças subversivas e especulativas, destruirem o nosso património arquitectónico e natural. Somos um povo com uma incultura e iliteracia gritantes, com uma crise instalada no sistema que já é endémica e pútrida mas, se metemos uns golos no europeu, consideramo-nos logo os melhores do mundo e estamos prontos a "embandeirar em arco" numa qualquer festa popular, ao som do Quim Barreiros e de umas "cervejolas" á mistura...
ResponderEliminarA verdade é que, muito longe estamos nós de sermos algo que se assemelhe a um país desenvolvido e muito menos ainda com o facto de sermos os melhores seja naquilo que fôr; somos, isso sim, um povo de pobres tontos deslumbrados com a ilusão de sermos donos daquilo que nunca tivemos...
Parabéns pelo blog
Vim dos caminhos da blogosfera e parei aqui para lhe dizer que gosto imenso da sua sugestão que irei adoptar.
ResponderEliminarNasci 'alfacinha' mas habito há muito no concelho de Oeiras e no blog 'Oeiras Local' temos como preocupação o Património.
Bem haja pela partilha.
Isabel Magalhães