sábado, setembro 23, 2006

Ouvi dizer

Ouvi dizer que esta semana teve lugar o 2º congresso COMPROMISSO PORTUGAL.
Tratou-se de uma reunião de gestores e seus assessores, que se realizou, não para falar das empresas privadas em Portugal, das suas ineficiências, da sua falta de visão empresarial, da sua falta de iniciativa!
Não! Realizou-se essencialmente para falar do Estado! E de como o Estado poderia estar ao seu serviço... é claro!
Curiosamente, e ao contrário do que acontece com os congressos partidários, realizou-se esta convenção durante a semana!
Espero que os Senhores Gestores e respectivos assessores tenham metido férias para estar neste evento... Se não, os senhores accionistas vão ficar perplexos por perceber que o novo código de trabalho, que tanto veio contribuir para a competitividade da nossa economia, não está a ser aplicado.
Como se sabe, faltas para participar em congressos, convenções e reuníões são injusticadas e sem direito a retribuição...
Mas deixando aspectos menores... Da convenção sairam, como se esperaria ideias brilhantes... como não poderia deixar de ser Carrapatoso, Mexia, Nogueira Leite lá estiveram para assegurar a qualidade.
Até lá esteve o dr. Relvas (o que signica decerto o beneplácito de Cavaco) para dar um toque institucional à coisa.
Entre as ideias brilhantes saíu uma que acho no mínimo bastante interessante, já que houve quem a achasse empolgante e até apaixonante.
Trata-se da ideia de não aumentar nem promover os funcionários públicos (Nogueira Leite) para os incentivar a rescindir o contrato com o Estado.
Esta seria uma das medidas que poderia levar à migração de 150 a 200 mil funcionários para o sector privado...
Penso que nesta altura a convençáo deve ter rompido em gargalhadas e bravos... pelo excelente sentido de humor.... do senhor Leite.
Refira-se que o ilustre economista não deu qualquer ideia do impacto que esta medida teria na economia e até na Segurança Social... mas isso afinal são meros detalhes irrelevantes!

Pediram-se também reformas na Segurança Social.... ou seja, a entrada em cena do capital financeiro e a descida do IRC.

Esta proposta aliás veio mesmo a propósito, na semana em que se soube que a Banca portuguesa tinha a segunda mais elevada margem da União e que, simultâneamente as taxas de juros pagos aos depositantes eram as mais baixas da U.E.

A propósito e como se vê, a proposta era mais do que justa e economicamente correcta...

Falou-se pois do Estado e dos seus defeitos, de tudo o que ele representa de bloqueador do progresso, dos seus malefícios e perversões.

Na verdade, penso que o Compromisso tem alguma razão...

E por falar nessa razão e num dos paricipantes... Mexia, ex-ministro de Santana e actual Presidente da EDP, ainda com a participação do Estado, contratou Santana para assessor Jurídico... da EDP...

De facto, o Compromisso tem toda a razão, do Estado vêm exemplos muito curiosos...

Tudo isto, é claro, ouvi dizer...