sexta-feira, outubro 30, 2009

Eva Cassidy, vencer para além da morte

Para mim é sempre um prazer vir aqui falar das minhas preferências musicais.

O meu gosto muito pessoal por vozes femininas não poderia deixar de passar por Eva Cassidy!



A sua carreira foi muito curta, tal como a sua vida. Faleceu no final de 1996, com apenas 33 anos de idade!

Até à sua morte o conhecimento dos seus trabalhos era apenas restrito localmente, na zona de Washington. Dois anos mais tarde, um título de um importante jornal de Boston diria dela: “Após a morte, uma voz única toca os corações de um mundo que nunca a viu cantar”

De facto, Eva nunca conseguiu encontrar uma editora discográfica que a aceitasse tal como ela era e, muito embora reconhecessem o seu talento, achavam-na pouco comercial, quer nas suas composições próprias, quer nas versões que fazia de temas de outros cantores.

Ela ía do folk ao jazz, passando pela pop, dando-lhe o seu cunho pessoal que não cabia em nenhuma catalogação pré-concebida pelas empresas discográficas.





Contudo, tal como em muitas outras situações, a morte da jovem cantora veio a despertar o interesse comercial dos produtores musicais e a partir de algum material gravado particularmente e do CD que ela própria produziu no ano em que faleceu, editou-se uma colectânea que vendeu mais de um milhão de cópias nos Estados Unidos e Reino Unido.

Interpretações suas são agora utilizadas como temas de séries da TV e graças às possibilidades técnicas actuais, Norah Jones e Katie Melua já editaram duetos virtuais com Eva Cassidy, num aproveitamento nem sempre muito feliz, diga-se de passagem!



No segundo semestre de 1996 foi-lhe diagnosticado um melanoma num estado avançado e com inúmeras metastases. Foi-lhe recomendado um tratamento quimico bastante agressivo sob pena de não conseguir viver mais do que 4 meses.

Acreditando que o tratamento a poderia salvar submeteu-se a ele, alimentando naturais esperanças. Afinal ainda era tão nova e tinha tanto para dar! O tratamento não foi para ela senão um agravar do seu sofrimento e, no final, nem 4 meses chegou a sobreviver!

Teve um fim trágico esta moça calma, envergonhada, mas muito firme nas suas convicções, sem compromissos fúteis com interesses comerciais.



Eva Cassidy é hoje finalmente reconhecida como uma das grandes vozes da musica popular americana dos finais do século XX para grande satisfação das editoras!

quinta-feira, outubro 22, 2009

Uma surpresa agradável


A composição do novo Governo português foi anunciada. Teve para mim uma excelente surpresa: Gabriela Canavilhas irá ser Ministra da Cultura.

Gabriela Canavilhas é das personalidades mais fascinantes da música e da cultura portuguesas.

É uma comunicadora excepcional ( a sua presença nas manhãs da Antena 2 é absolutamente inesquecível) e tem adquirido nos últimos anos experiência em lugares de direcção executiva, como presidente da Direcção da Orquestra Metropolitana de Lisboa, membro do conselho directivo da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e Directora Regional da Cultura dos Açores.

Fico a aguardar... Depois do Primeiro-Ministro ter reconhecido que no mandato anterior não deu muita atenção à cultura, espero que agora, ao encontrar alguém de horizontes tão vastos, tal possa ser revertido.

Apoiante desde há muitos anos do Partido Socialista, Gabriela Canavilhas sempre foi um espírito livre e aberto.

Desejo-lhe muita sorte no cargo, o que será decerto magnífico para o País.

Sendo uma excelente pianista, premiada nacional e internacionalmente, tem uma marca distintiva na sua carreira, que é a da divulgação dos compositores Portugueses, razão pela qual alguns dos compositores nacionais lhe dedicam as suas obras, que ela tem apresentado em primeira audição!

Termino pois com uma gravação de uma interpretação de Gabriela Canavilhas de uma obra do compositor Alfredo Keil: "Murmures"

terça-feira, outubro 13, 2009

République bananière française

É assim que os jornais franceses e estrangeiros estão a falar do que está a passar actualmente em Paris.

Primeiro veio Giscard D’Estaing, num romance que publicou no final de Setembro, sugerir que teria tido uma aventura amorosa com a falecida Princesa de Gales.






O alvoroço foi tanto, dos dois lados da Mancha, que D’Estaing foi obrigado, em 48 horas, a ir inventando explicações sucessivas para que o caso pudesse ter um fim honroso!

Na verdade, tendo a conta a trajectória de vida da Princesa e a importância pública do autor, sugestões deste teor exigem naturalmente uma clarificação rápida!

Para além do mais a um ex-presidente da França, de 83 anos, e membro da solene e prestigiada Academie Française, não ficam bem os epitetos de falta de cavalheirismo, de difamador alucinado ou de velho tarado. Para além de que a sua mulher, ainda viva, parece também ter ido aos arames com este assunto!

Mas ainda soavam os ecos deste picaresco episódio, eis senão quando o actual o Ministro da Cultura francês resolveu defender o realizador Roman Polansky, relativamente a um caso de pedofilia, de que se encontra acusado nos Estados Unidos!

Ora vai daí, a vice-presidente da Frente Nacional de Extrema-Direita, Marine Le Pen, filha do Presidente desse Partido, Jean Marie Le Pen, vem desenterrar uma autobiografia desse Ministro, um sobrinho de Mitterrand excomungado pelo PS francês.

E vai buscar essa autobigrafia, já com cinco anos de publicação, pois nela estão escarrapachados alguns pormenores picantes de incursões sexuais na Tailândia, cujos jovens o Ministro parece apreciar com bastante desenvoltura e entusiasmo!

Quão jovens foi a questão que a França debateu na primeira semana de Outubro! Jovens adultos jurou a pés juntos o Ministro e, com ele, o resto do Governo francês!

Assunto encerrado! E com o livro autobiográfico de Frédéric Mitterrand chamado "A Má Vida” a tornar-se num verdadeiro best-seller!


Mas, a bem dizer, se o assunto foi encerrado, foi principalmente porque agora novo escândalo apareceu, desta vez com o segundo filho do próprio Sarkozy.

A coisa é simples: O jovem Jean Sarkozy de 23 anos, com aparente sucesso junto do público feminino, mas com menor sucesso na faculdade de Direito, onde repete o segundo ano, foi colocado pelo papá num alto cargo da Administração Francesa.

Esse cargo é o de Presidente do Conselho de Administração da EPAD, a agência que faz a gestão da zona de “La Défense et les Hauts-de-Seine” com um orçamento de mais de mil milhões de euros anuais e que tem a seu cargo, directa e indirectamente, umas boas dezenas de milhares de funcionários.

Claro que ele não tem a mínima experiência, formação ou maturidade para o lugar, mas a vida é mesmo assim e há que dar oportunidades aos jovens, até porque como o próprio Nicholas Sarkozy já exerceu o cargo há 5 anos atrás, poderá, sempre que for preciso, dar umas boas dicas ao filhote!



Segundo parece a comunicação social e a opinião pública estarão a receber mal esta ideia, mas o partido maioritário apoia o Presidente e, bem vistas as coisas, para a semana sabe-se lá o que vai acontecer, pelo que o mais provável é que este caso passe a ser apenas mais um!

Depois das confusões matrimoniais no início do seu mandato, dos boatos que o ligavam à gravidez de uma ministra que nunca quis revelar a identidade do pai da criança, das deselegâncias protocolares com senhoras, como já aconteceu com a Chanceler alemã Ângela Merkl e com a Rainha Isabel II e da piela pública após reunião com Putin, os jornais franceses esperam ansiosos o que decerto virá aí.



Para eles este Presidente é um verdadeiro Maná!

segunda-feira, outubro 12, 2009

À Esquerda de Lisboa, passando por Oeiras!

Terminadas as eleições autárquicas, relativamente às quais manifestei a minha intenção de voto publicamente, surgem-me as seguintes reflexões:

Embora convidados para o fazer, a CDU e o BE recusaram participar, para Lisboa, num acordo pré-eleitoral à Esquerda. Esse acordo envolveria naturalmente o PS!

Para mim, face a uma coligação à Direita nada de mais lógico, legítimo e natural que a Esquerda se unisse e se preparasse com armas iguais para a disputa eleitoral em Lisboa.

Entretanto, como se sabe, houve desde há meses muito boa gente a pensar nestes termos e a agir por esta causa!

Centenas de personalidades da nossa vida política, cultural e artística uniram-se e fizeram todos os esforços para que uma coligação de Esquerda se viesse a concretizar.

CDU e Bloco mantiveram-se intransigentes na recusa de um compromisso, sabendo, mas parecendo não se importar, que com a sua posição, estavam a fortalecer as hipóteses de vitória do candidato da coligação de Direita!

Entretanto, revelando que à Esquerda ainda existe alguma lucidez o Movimento de Cidadãos por Lisboa liderado por Helena Roseta, a Associação Lisboa é Muita Gente de José Sá Fernandes e o Partido Socialista chegaram a um entendimento.




A luta eleitoral foi bastante disputada e o resultado já todos o conhecemos!

Após o acto eleitoral o que resta para os partidos à esquerda do PS?

A CDU reduziu a sua presença na Câmara a um único Vereador e o Bloco perdeu a presença que lá detinha!

Em vez de participarem, podendo contribuir e influenciar politicamente as decisões camarárias, CDU e BE, seguiram uma estratégia autista, que os levou directamente à derrota.

Estratégia que, paradoxalmente, permite agora que o PS tenha uma maioria absoluta, que eles não têm o mínimo poder para controlar!

Perderam a CDU e o BE mas, com isso, a própria Câmara ficou menos plural e mais pobre!

A votação entretanto fez prova de que, felizmente, os eleitores não seguem cegamente as opções dos dirigentes partidários. E se os dirigentes da Esquerda que temos não foram capazes de entender o óbvio, os eleitores anónimos acabaram por lhes dizer que são os partidos que têm servir o interesse dos eleitores e não o contrário.

Quando o PS errou, ao desvalorizar a a canditura já existente de Manuel Alegre, escolhendo Mário Soares para candidato presidencial, teve a surpresa de ver a maioria dos seus eleitores fugirem para Manuel Alegre!

Será que a CDU e o Bloco pensavam estar imunes a esse tipo de situações?

É bom que tenham aprendido a lição! É bom que percebam que os cidadãos hoje em dia já não precisam de vanguardas iluminadas que decidam por eles.

É bom que reflictam que em Democracia, na casa comum da Esquerda não temos todos que pensar o mesmo sobre as mesmas coisas mas que, quando estão em causa princípios, o que une é sempre mais forte do que o que divide.

Não agir assim é ser sectário e “pequenino” e prestar um mau serviço à Democracia e ao País!


Por último, gostaria de referir algo que considero também ser um sintoma doentio da Democracia portuguesa!

Falo da reeleição de Isaltino de Morais em Oeiras!

É necessário que todos os dirigentes políticos pensem, tanto à Esquerda como à Direita, no fenómeno Isaltino.
Marques Mendes e João Cravinho já nos apontaram caminhos para que a Política em Portugal se torne algo de sério e respeitável aos olhos dos portugueses!

Ontem à noite, numa das televisões, foi repetida uma frase que eu já ouvira outras vezes: “Ele rouba, mas todos fazem o mesmo e muitos até roubam mais que ele! A diferença é a de que este foi apanhado!"

Uma votação como a que teve Isaltino de Morais, num concelho como Oeiras, faz-nos acreditar que pensamentos como este já se entranharam e vulgarizaram no caldo de cultura em que este País se afunda!

Uma frase destas surgir em mesas de café, entre amigos, tem a importância de um fait-divers pateta, contudo, quando a dimensão da coisa se torna tão forte que as próprias televisões já reproduzem estes comentários dentro da análise política dos resultados eleitorais, faz-nos perceber que chegámos já ao nível do que de pior existe na América do Sul.

É bom portanto que quem tem poder neste País tome decisões sérias nesta matéria,

Se não, não nos admiremos que em próximas eleições, à semelhança do que era dito de um eterno vencedor de eleições em São Paulo, apareçam, sem escandalizar ninguém, slogans de candidatos dizendo: “Rouba, mas também faz”

sexta-feira, outubro 09, 2009

Anne Frank



A Fundação Anne Frank colocou ontem no Youtube as únicas imagens em movimento da jovem Anne.

São breves segundos, em que ela vem a uma janela espreitar a saída de um casal seu vizinho.



A familia Frank, judia oriunda da Alemanha, cedo percebeu que não estava segura no seu país natal e com a chegada dos nazis ao poder, partiu em 1933 para Amesterdão.
O seu sossego terminou contudo com a invasão dos Países Baixos pela Alemanha em 1940 e desde aí tudo se modificou, com as crescentes medidas anti-semitas que foram sendo introduzidas.

A história de Anne e da sua família é hoje por demais conhecida.

Depois de escondida num fundo falso da sua casa em Amesterdão, sem ver a luz do sol durante mais de dois anos, em Agosto de 1944 a jovem judia Anne de 15 anos foi capturada e enviada para o campo de concentração de Wsterbork, local de passagem para o seu envio para Auchwitz.

Aí fica apenas um mês, a superlotação deste campo levou a nova deportação para outro campo, o de Bergen-Belsen. Não viveria muito tempo! A poucas semanas da libertação Anne e sua irmã Margot morrem de fome e febre tifoide, com poucos dias de diferença. estava-se já em Março de 1945.

O anexo secreto onde viveram foi destruído durante a rusga policial que levou à detenção de toda a família Frank.

Dias depois, misturado com lixo espalhado pelo chão, um operário encontrou os cadernos onde Anne escrevera seu diário. Não sabendo do que se tratava, entregou-os a Miep Gies e Elli, duas amigas não judias da família Frank, que por falta de provas de colaboracionismo com judeus acabaram por não ser detidas pela Gestapo.

Percebendo o que tinham em mãos, resolveram guardar cuidadosamente o diário de Anne e acabaram por entregá-lo a seu pai, Otto Frank, que conseguiu, por pouco, escapar com vida ao tormento de Auchwitz, onde o tinham separado das filhas e da mulher.

Já a mãe de Anne não teve a mesma sorte, tendo morrido no campo de concentração polaco em Janeiro de 1945.



Este diário que começou a ser escrito aos 12 anos por Anne, revela uma maturidade surpreendente, especialmente nas suas partes finais, onde apesar da tristeza há a força exemplar de manter a esperança:

"Realmente, é de admirar que eu não tenha desistido de todos os meus ideais, tão absurdos e impossíveis eles são de se realizar. Conservo-os, no entanto, porque apesar de tudo ainda acredito que as pessoas, no fundo, são realmente boas. Simplesmente não posso construir minhas esperanças sobre alicerces formados de confusão, miséria e morte. Vejo o mundo transformar-se gradualmente numa selva. Sinto que estamos cada vez mais próximos da destruição. Sofro com o sofrimento de milhões e, no entanto, se levanto os olhos aos céus, sei que tudo acabará bem, toda essa crueldade desaparecerá e voltarão a paz e a tranquilidade.

Enquanto isso, é necessário que eu mantenha firme meus ideais, pois talvez chegue o dia em que os possa realizar."

domingo, outubro 04, 2009

Mercedes Sosa



Morreu Mercedes Sosa, para mim, uma das mais importantes cantoras do século XX, não só pela sua qualidade musical, mas também pelo importante papel de defensora dos direitos humanos, em momentos em que isso era, quer no seu país, quer na América Latina em geral, particularmente dificil.

Deixo aqui, em simples homenagem, alguns excertos do telegrama da
AFP
, há poucos minutos difundido por todo o mundo!

Junto ainda alguns vídeos que representam um pouco do muito que nos deixou esta grande cantora e grande mulher:

"BUENOS AIRES, Argentina — A cantora argentina Mercedes Sosa, conhecida como 'La Negra', uma das vozes mais famosas da música contemporânea e defensora apaixonada dos direitos humanos, faleceu neste domingo, aos 74 anos, depois de passar duas semanas internada.

A artista receberá as honras reservadas às principais personalidades da Argentina, com o corpo sendo velado neste domingo no Congresso.

Mercedes Sosa, conhecida como 'La Negra' por seu longos cabelos negros, foi uma das artistas argentinas mais populares das últimas quatro décadas

Nascida em 9 de junho de 1935, foi dona de uma das vozes mais representativas do cancionário popular argentino e da América Latina e gravou mais de 40 álbuns."





"A cantora gravou diversos duetos com artistas brasileiros, como Caetano Veloso, Chico Buarque, Gal Costa, Milton Nascimento, Fagner e Beth Carvalho.

Outras estrelas internacionais com as quais dividiu os palcos foram Luciano Pavarotti, Sting, Lucio Dalla, Nana Mouskouri, Tania Libertad, Joan Baez, Andrea Bocelli, Alfredo Kraus, Konstantin Wecker, Silvio Rodríguez, Pablo Milanés, Luz Casal, Ismael Serrano e Shakira.

Sosa foi herdeira e símbolo de um movimento de música folclórica com forte compromisso político que teve como grande nome Atahualpa Yupanqui, que morreu em Paris em 1992.

O corpo da cantora será cremado e as cinzas espalhadas em sua cidade natal de Tucumán, em sua adotiva Mendoza e na capital Buenos Aires, informou a família.
Hospitalizada em 18 de setembro com um grave quadro de insufiência renal e hepática, a artista faleceu na madrugada de domingo.

Activista política, entre os grandes momentos de sua carreira figuram as apresentações que fez na Capela Sistina do Vaticano (1994), no Carnegie Hall de Nova York (2002) e no Coliseu de Roma (2002) para pedir pela paz no Oriente Médio, ao lado de Ray Charles, entre outros.

"Foi a voz dos que não tinham voz na época da ditadura (1976-1983) e levou a angústia pelos direitos humanos na Argentina a todo o mundo", declarou o músico Víctor Heredia, cantor e compositor de algumas músicas que ficaram famosas na voz de Mercedes Sosa como "Razón de Vivir".

.......

Sosa lançou recentemente o álbum duplo "Cantora" e foi indicada este ano para o Grammy Latino por melhor álbum e melhor cantora de álbum folclórico. Nesta obra ela dividiu espaço com artistas como Joan Manuel Serrat, Luis Alberto Spinetta, Caetano Veloso, Shakira, Gustavo Cerati, Charly García, Calle 13 e Joaquín Sabina.

A presidente chilena Michelle Bachelet enviou uma mensagem de admiração à artista, que considerou "a voz mais vigorosa da América latina".

Sosa era considerada uma das maiores difusoras da obra da cantora e compositora chilena Violeta Parra, depois de transformar "Gracias a la vida" em seu tema emblemático.

"Como vocês sabem, 'Gracias a la vida' é uma canção nossa, mas também universal. Há múltiplos artistas de vários países que a gravaram e a tornaram famosa e uma destas vozes é a de Mercedes Sosa", destacou Bachelet."




"Nasci em Tucumán e vivo em Buenos Aires. Sou cantora. Sou viúva. Tenho um filho, Fabián Ernesto, e duas netas. Dirijo um Audi pequeno. Fiquei muito doente e me reencontrei com Deus. Sou progressista. Sou embaixadora do Unicef", se autodefiniu Sosa em uma entrevista em 2000."