segunda-feira, julho 28, 2008

Talento

Encontra-se a gravar o seu primeiro disco, que sairá nos Estados Unidos no final do Verão.

Chama-se Melinda Doolittle, faz coros de apoio e tem 31 anos.

Foi com extraordinária surpresa que se deu o aparecimento de alguém com tanta qualidade como Melinda, no concurso televisivo American Idol e foi com maior surpresa ainda que se deu o seu afastamento da final desse concurso.

Foi preterida pelo televoto adolescente, em favor de uma moça de 16 anos e de um jovem louro que fazia sonhar as teenagers americanas, ambos com qualidades vocais, é certo, mas ambos aquém do nível artístico de Melinda…

De facto, Melinda já não é uma adolescente, é um pouco gordinha, não se encaixa propriamente nos padrões de beleza impostos pela moda, é fora do palco algo reservada e, para muitos jovens, tem o defeito de possuir um estilo musical diferente do que se ouve actualmente na rádio, um estilo de música que estará, supostamente, mais ligado à geração dos seus pais.

Apesar de todos esses "defeitos" a sua presença em palco, tal como a sua voz, é avassaladora. Um autêntico animal de palco, dotado de uma voz extraordinária!

A bem da verdade, deve-se dizer que, para este tipo de concursos a música é apenas um pretexto, o que conta efectivamente são os lucros das operadoras telefónicas e das cadeias de televisão com o chamado televoto e com a publicidade.

Por isso muitas vezes, o que acaba por imperar é a moda, ficando os verdadeiros talentos relegados para segundo plano e para o esquecimento.

Com Melinda no entanto, o esquecimento seria talvez um pouco difícil, dadas a sua óbvia qualidade. Mesmo assim, foi preciso mais de um ano para que uma editora a pusesse a gravar.

Deixo pois um alerta para esse seu primeiro trabalho discográfico e deixo aqui algumas imagens da passagem de Melinda pelo concurso americano.








quinta-feira, julho 24, 2008

Vontade de mais férias

Vim de umas férias, muito agradáveis na zona do vale do Tejo.

Durante as férias fiquei a saber que o processo Maddie foi arquivado… Entretanto, ligo hoje a televisão e dou com a entrevista do ex-inspector da PJ, Dr. Gonçalo Amaral à RTP.

De acordo com a sua teoria sobre este caso:

1- Maddie morreu em casa, eventualmente por acidente, estando os pais envolvidos na ocultação do o cadáver da menina.

2 - Kate e Gerry, momentos após a morte da criança, teriam concertado à mesa do restaurante, com os sete amigos, com quem jantaram alegremente, a versão a dar à polícia.

3 - O casal teria encontrado, ainda durante aquela madrugada, apoios locais que lhes teriam proporcionado uma arca frigorifica, onde o cadáver teria ficado algumas semanas.

4 - Do mesmo modo teriam tido o “jeito” de um laboratório inglês que não validou cientificamente os dados obtidos a partir dos vestigios biológicos encontrados na Praia da Luz.

5 - A nível diplomático, os McCann teriam obtido o favor de uma visita do embaixador britânico, o que segundo o Sr. Inspector constituíu uma pressão sobre a polícia.

6 - A nível político, os governos português e britânico, aquando da preparação da Cimeira de Lisboa, teriam metido também o seu dedinho a favor dos McCann neste processo.




Considera também que é estranho a Polícia, ter que dar informações regulares à família de uma criança desaparecida sobre o andamento das investigações.

Confessa ainda que durante o período em que foi responsável pela investigação, apesar de ter encontrado indícios suspeitos e visiveis contradições entre os vários testemunhos, relativamente aos pais de Maddie:

a) Não se fizeram todas as perguntas que deveriam ter sido feitas.
b) Não se passaram a seguir os seus movimentos.
c) Não se colocaram os seus telefones sobre escuta…

Confessou igualmente que, na noite do desaparecimento da criança “os colegas” que chegaram primeiro ao local não fizeram tudo o que deveriam ter feito, não classificando esse facto como um erro,… mas sim como compreensível efeito de alguma inexperiência!!!!!!

Obviamente que não sei, tal como parece que ninguém sabe, o que realmente se passou com a pequena Maddie, contudo quando perante elementos contraditórios e factos suspeitos, se aposta numa determinada teoria convém divulgá-la apenas quando ela se possa afirmar como suficientemente credível, não se baseando unicamente em construções subjectivas a partir de uma certa escolha de “indícios” derivada de algumas convicções pessoais.
Terá sido isso mesmo que o antigo director da PJ concluíu quando afirmou haver precipitação neste caso.

Sinceramente tenho de confessar que ao saber que o Dr. Gonçalo Amaral iria colocar à venda um livro, baseado em elementos tirados de um processo que é pertença da instituição para a qual trabalhou, me surgiu a suspeita de que a prudência não fosse o seu forte....
Ao ver esta triste entrevista, creio que a imagem da PJ, que já não estava boa, ficará agora alarmantemente de rastos!
Meio atordoado ainda com este triste caso, surge de imediato o programa seguinte, um concurso televisivo, em que logo no início, um licenciado em economia dá como exemplo de palavra em que o X tem o som "CS", o vocábulo ....XAILE…

Não aguentei mais... apaguei a televisão.... não só porque tinha bem mais que fazer, mas também porque me veio uma enorme vontade em ir de férias de novo… Desta vez para bem longe….


E assim farei dentro de dois meses... confessando, que apesar destes maus-humores trazidos via TV, me considero um homem de sorte neste estranho País onde, da triste infelicidade de uma pobre criança, se alimentam tantos oportunismos e se revelam tantas incompetências.