segunda-feira, agosto 25, 2008

A discreta Roslyn

Venho hoje falar um pouco de Roslyn Kind.

E faço-o não só a propósito do seu “novo” disco, recentemente posto à venda nos Estados Unidos e Reino Unido, mas também porque ela concretizou recentemente o seu maior sonho de sempre: Fazer um espectáculo na famosa sala do Carnegie Hall!




Aos 57 anos, possui uma carreira artística já com cerca de 40 anos, feita como cantora e como actriz, quer na televisão quer no cinema.

Roslyn tem uma carreira que apesar de discreta, é bastante respeitada!

Mas… como muitas vezes acontece, há um MAS:

E esse MAS tem que ver com o que referiu muito maliciosamente um crítico de Los Angeles sobre a artista:

Se conseguíssemos olhar apenas para Roslyn, para o seu talento e para as suas capacidades, tal como para outro artista qualquer, diríamos que estávamos na presença de uma artista muito razoável… Contudo, sempre que a vemos, parece estarmos perante uma cópia de série B da sua irmã… E disso, ela nunca se conseguirá livrar!

E na verdade, o que acontece é que Roslyn Kind tem uma irmã com imenso sucesso no mesmo meio artístico onde se move!

Roslyn é a irmã mais nova de Barbra Streisand!



Roslyn ao centro, entre a mãe Diane e a irmã Barbra


Penso que independente do talento ou da falta dele, muitas vezes um artista não consegue chegar ao topo, porque não apareceu “aquela” canção especial ou “aquele” filme ou “aquela” série.

No início da sua carreira, enquanto a sua irmã já brilhava na Broadway e no cinema, Roslyn oferecia, como ponto alto do seu repertório uma versão pouco conseguida de Mon Credo de Mireille Mathieu.





Numa altura em que Mireille andava, ela própria, a gravar versões dos êxitos do musical Funny Girl, esta opção de Roslyn não foi bem compreendida pela crítica americana, acabando em consequência por passar pouco nas rádios e por raramente chegar ao público!

Roslyn, entretanto, querendo subir pelos seus próprios meios, fez o mesmo que milhares de outros artistas que nos Estados Unidos enfrentam uma acesa competição diária, nas centenas de cadeias de televisão e rádio… foi fazendo pela vida, sem nunca desistir!

Manteve, uma presença assídua, embora modesta, na Televisão e uma regularidade persistente na apresentação pública dos seus espectáculos em Teatros, Casinos e Night-Clubs.

Se, na verdade, quanto à carreira de cantora, ela procurou um propositado distanciamento do estilo de Barbra, quanto aos seus desempenhos como actriz, as semelhanças com a irmã, na voz, nos gestos, na mímica, ficam tão evidentes, que nunca acabou por conseguir afirmar uma personalidade própria, que é, como se sabe, absolutamente necessária à obtenção de um lugar de primeiro plano.




Do mesmo modo, a falta de polémicas públicas com a irmã, não a tem trazido para os jornais com a frequência que, hoje em dia, ajuda muito qualquer desconhecido a tornar-se uma celebridade.

Uma única vez os jornais noticiaram que as duas estariam zangadas, lançando o boato de que Barbra não teria comparecido ao casamento de Roslyn, por achar que tinha coisas mais importantes a fazer!

Como o boato foi desfeito rapidamente pela noiva, por a cerimónia ter sido feita, discretamente, em casa da própria Barbra e oferecida por esta à irmã! Roslyn, que se viu pela primeira vez nos cabeçalhos da Imprensa, afastou a partir daí a boa-vontade dos colunistas de Hollywood, que perceberam que ela não sabia, ou não queria jogar o tipo de jogos a que o mundo artístico está habituado naquelas paragens!

Apesar, de desde o principio ser alvo de comparação com a irmã Barbra, da descrição e da sobriedade com que tem gerido a sua carreira, parece agora, quase aos 60 anos, estar finalmente, a ganhar uma notoriedade que até aqui não obtivera.



Contudo, o mais curioso de tudo, é que depois de andar toda uma vida a tentar demonstrar que nada tinha que a confundisse com a irmã, acaba por neste seu mais recente disco dar a impressão exactamente oposta!

É uma pequena amostra do seu estilo actual, vertido para o seu novo CD, que hoje trago aqui, através de uma belíssima canção romântica "You Can Read My Mind", esperando, para os que não a conhecem, que constitua uma agradável surpresa.