Cito a primeira parte de um texto do DN on-line de ontem:
"O Presidente da República, Cavaco Silva, afastou hoje Fernando Lima do cargo de responsável pela assessoria para a Comunicação social, que passará a ser desempenhado por José Carlos Vieira.
Segundo disse à Lusa uma fonte oficial da Presidência da República, trata-se de uma "decisão do Presidente da República".
No 'site' da Presidência da República o nome de José Carlos Vieira já se encontra como o assessor para a Comunicação Social.
Na sexta-feira passada, o Diário de Notícias denunciou que o caso das alegadas escutas a Belém tinha sido encomendado por Fernando Lima a um jornalista do jornal Público."
Quando alguém é demitido é porque, quem o demite, considera que foi feito algo de muito errado!
Ora os acontecimentos que deram origem a esta demissão não são de ontem.
Ocorreram à dezoito meses e foram objecto de publicação, no passado mês de Agosto pelo "PÚBLICO" (portanto já em época de pré-campanha eleitoral).
Sobre eles, durante todo este tempo, Cavaco Silva nada fez, senão dizer um conjunto de banalidades que serviram apenas para adensar suspeitas sobre uma hipotética vigilância do Governo à Presidência! Algo que talvez, por mera coincidência, se harmonizava com o discurso de "asfixia democrática" que a lider do PSD vinha utilizando com permanente insistência....
Entretanto, já há várias semanas que o nome de Fernando Lima fora citado por Francisco Louçã, como a "fonte" do PÚBLICO, dado que, segundo parecia, a identidade da "fonte anónima de Belém", era já do conhecimento geral nos mundos da política e da comunicação social!
Como não é plausível que Francisco Louçã conheça melhor do que o Presidente o que se passa no Palácio de Belém, resta-me concluir que Cavaco Silva já sabia há bastante tempo desta história, pelo que, das duas uma:
Ou teria sido o Presidente o verdadeiro instigador da passagem de informações ao "Público", tal como parece retirar-se das notícias publicadas pelo DN, pelo que a demissão do assessor Fernando Lima é uma forçada operação cosmética, para limitação de danos na imagem de Cavaco Silva.
Ou, não o sendo, o Presidente encobriu conscientemente, ao longo de todo este tempo, um comportamento gravíssimo do seu assessor, e só após o escândalo que resultou da publicação do DN, se viu obrigado a demiti-lo.
Seja como for, é suposto que a Instituição que representa a Chefia de um Estado tenha um comportamento confiável, sério e digno.
Mandar fazer intriga política com orgâos de comunicação social "amigos", ou encobrir intriguistas que semeam informaçãoes falsas e insinuações, para atingir outras Instituições do Estado nem é sério, nem é digno e retira a este Chefe do Estado a credibilidade e respeitabilidade que o cargo naturalmente exige.
Cavaco cada vez mais "encavacado"...
ResponderEliminarEu nao tomo partido por ninguem. Será o assessor um bode expiatorio? Terá ele mesmo passado as informações? Uma coisa é certa: o Presidente da República nao devia esperar um segundo para tentar tirar isto a limpo.
ResponderEliminarQuando as instituições fundamentais estão sob suspeita, entao como se pode pedir o mínimo de seriedade?
Ha uma coisa que me parece óbvia: há aqui muita coisa estranha, mal contada, e a propria demissao do assessor pelo Presidente apenas continua a dar azo a especulaçoes, com a agravante de que terá sido mesmo verdade?
A politica é a coisa mais suja que conheço, e a coorupçao abunda em Portugal em todos os sectores politico partidarios.
abraço