sexta-feira, outubro 09, 2009

Anne Frank



A Fundação Anne Frank colocou ontem no Youtube as únicas imagens em movimento da jovem Anne.

São breves segundos, em que ela vem a uma janela espreitar a saída de um casal seu vizinho.



A familia Frank, judia oriunda da Alemanha, cedo percebeu que não estava segura no seu país natal e com a chegada dos nazis ao poder, partiu em 1933 para Amesterdão.
O seu sossego terminou contudo com a invasão dos Países Baixos pela Alemanha em 1940 e desde aí tudo se modificou, com as crescentes medidas anti-semitas que foram sendo introduzidas.

A história de Anne e da sua família é hoje por demais conhecida.

Depois de escondida num fundo falso da sua casa em Amesterdão, sem ver a luz do sol durante mais de dois anos, em Agosto de 1944 a jovem judia Anne de 15 anos foi capturada e enviada para o campo de concentração de Wsterbork, local de passagem para o seu envio para Auchwitz.

Aí fica apenas um mês, a superlotação deste campo levou a nova deportação para outro campo, o de Bergen-Belsen. Não viveria muito tempo! A poucas semanas da libertação Anne e sua irmã Margot morrem de fome e febre tifoide, com poucos dias de diferença. estava-se já em Março de 1945.

O anexo secreto onde viveram foi destruído durante a rusga policial que levou à detenção de toda a família Frank.

Dias depois, misturado com lixo espalhado pelo chão, um operário encontrou os cadernos onde Anne escrevera seu diário. Não sabendo do que se tratava, entregou-os a Miep Gies e Elli, duas amigas não judias da família Frank, que por falta de provas de colaboracionismo com judeus acabaram por não ser detidas pela Gestapo.

Percebendo o que tinham em mãos, resolveram guardar cuidadosamente o diário de Anne e acabaram por entregá-lo a seu pai, Otto Frank, que conseguiu, por pouco, escapar com vida ao tormento de Auchwitz, onde o tinham separado das filhas e da mulher.

Já a mãe de Anne não teve a mesma sorte, tendo morrido no campo de concentração polaco em Janeiro de 1945.



Este diário que começou a ser escrito aos 12 anos por Anne, revela uma maturidade surpreendente, especialmente nas suas partes finais, onde apesar da tristeza há a força exemplar de manter a esperança:

"Realmente, é de admirar que eu não tenha desistido de todos os meus ideais, tão absurdos e impossíveis eles são de se realizar. Conservo-os, no entanto, porque apesar de tudo ainda acredito que as pessoas, no fundo, são realmente boas. Simplesmente não posso construir minhas esperanças sobre alicerces formados de confusão, miséria e morte. Vejo o mundo transformar-se gradualmente numa selva. Sinto que estamos cada vez mais próximos da destruição. Sofro com o sofrimento de milhões e, no entanto, se levanto os olhos aos céus, sei que tudo acabará bem, toda essa crueldade desaparecerá e voltarão a paz e a tranquilidade.

Enquanto isso, é necessário que eu mantenha firme meus ideais, pois talvez chegue o dia em que os possa realizar."

4 comentários:

  1. Que bom recordar aqui a história dessa menina mulher cujo livro deveria ser leitura obrigatória para toda a gente.
    Quando visitei a casa onde viveu escondida em Amsterdão vieram-me as lágrimas aos olhos.
    Abraço grande.

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  2. Já havia muitos anos que não ouvia falar em Anne Frank. Tive que voltar muitos anos atrás...com tristeza.

    Obrigada por esta lembrança !

    Bom fim de semana

    Verdinha

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  3. Amigo Com Senso!
    Grata por trazer a memória de Anne Frank, com cujos ideais me identifico.
    Comovi-me ao reler a parte que transcreve do seu Diário!
    Incrível como a adolescente Anne tinha já uma percepção do mundo e das situações tendo em conta a adversidade em que vivia, não perdendo a esperança e acreditando num futuro melhor!
    Um exemplo para o mundo de hoje!
    Bem-haja.
    Um abraço.

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  4. Já ouvi dizer que após a guerra, o diário foi oferecido a vários editores para publicação, e a resposta era mais ou menos a mesma: "quem vai se interessar pelo diário de uma adolescente". Depois, como se sabe, o diário transformado em livro tornou-se um dos mais lidos do mundo. Há editores meio ruins de instinto, não é? :)
    Um abraço!

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