Há 14 anos
sexta-feira, novembro 13, 2009
Mensagem: A promoção pública do graffiti
De acordo com a noticia agora posta a circular pela edição on-line do semanário SOL, a Empresa Pública Estradas de Portugal vai decorar com graffitis os muros do IC19. Transcrevo:
"Num comunicado, a EP explica que no próximo fim-de-semana, o Colectivo Cultural GRAUU, associação especialista na arte urbana dos graffiti, vai preparar alguns dos muros para oito dias mais tarde grafitar junto ao IC19.
«A EP pretende enquadrar o ambiente rodoviário e dignificar também este tipo de expressão artística, chamando artistas da zona para comporem um mural que transmita aos automobilistas [a ideia] que estas manifestações podem constituir um elemento de valorização da estrada», disse fonte da empresa.
A EP acredita que a segurança rodoviária será salvaguardada, uma vez que a não utilização em excesso de cores muito fortes e a não representação de motivos potencialmente ofensivos, foram considerados como principais requisitos na elaboração deste projecto.
Segundo a fonte da empresa, esta é uma solução ousada que a EP encontrou para combater os graffiti desconexos que aparecem nas barreiras acústicas e nos muros edificados dos seus empreendimentos, usando a mesma arte para servir melhor os automobilistas.
A empresa adiantou à Lusa que faz depender do sucesso desta iniciativa, novos projectos de graffitis para outras estradas da concessionária.
Esta é uma iniciativa conjunta da EP e da Câmara Municipal de Sintra e tem início no sábado às 10h, estendendo-se até ao fim-de-semana seguinte."
Pelos vistos a Empresa Pública Estradas de Portugal" e a "Câmara Municipal Sintra" consideram o Graffiti como ARTE, o que só por si é, no mínimo controverso em termos de conceito!
Mas não só! O que se propõem fazer acaba por transmitir um sinal muito concreto que se traduz numa mensagem implicita de aceitação pública do graffiti, com os naturais efeitos que ela implica.
É que se trata de uma mensagem, que chegará a quem pratica esta actividade, como se fosse uma luz verde das autoridades, um sinal que liberta os poucos constrangimentos sociais e morais que os autores destes actos ainda possuiriam.
Ou seja, a Empresa Pública Estradas de Portugal e a Câmara Municipal de Sintra (ao resolverem um problema da forma mais incompetente possivel, transformando em lícito o que é ilicito, sob a pretensa designação de "arte") estão a marimbar-se completamente para os efeitos que a mensagem do seu acto traduz, a qual constitui, pura e simplesmente, a validação moral de actos de vandalismo público.
Entendo que o combate à proliferação de gatafunhos e desenhos nas paredes e muros deste País deveria ser, para quem tem por missão a salvaguarda do património, uma questão de principio em prol de uma sociedade mais decente e mais civilizada.
Aliás face ao estado actual das nossas cidades, essa deveria ser uma preocupação essencial, de quem gere o seu destino!
Ora o que está noticiado para a decoração com graffitis do IC19, pela mensagem que implicitamente transmite, promove exactamente o contrário deste principio e por isso. eu manifesto aqui o meu protesto contra a imprudência deste acto concreto, contra os efeitos indirectos que ele promove, sendo certo que, ainda por cima, se trata de uma actividade que irá paga, é claro, com os meus impostos!
Pode ser que os jovens com talento na arte de manusear latas de spray tornem os muros do IC19 até mais belos do que a Capela Sistina. Não é isso que está em causa!
O que contesto é a atitude de entidades públicas que, para além de não terem um pensamento civico responsável, assentam a sua gestão no principio de que "se te dá muito trabalho vencê-los, então junta-te a eles!"
Pensei, durante muito tempo, que quem estava investido de autoridade pública tinha a responsabilidade social de manter os espaços limpos e de promover uma cultura cívica desincentivadora de actos de vandalismo da propriedade alheia, como aqueles que vimos abundantemente nos nossos edificios e muros.
Aos legisladores caberia criminilazar estes actos, inibir e combater a sua realização de todas as formas, procurando fomentar uma cultura cívica que considerasse o acto de escrever e desenhar em espaços públicos como um acto pernicioso à sociedade.
Às Câmaras e a todas as restantes entidades que gerem espaços públicos caberiam as acções concretas de limpeza e de controle, para evitar a degradação do ambiente urbano.
Ora, não só não têm qualquer tipo de actuação neste campo como, com este tipo de atitudes vêm fomentar exactamente o oposto. Em vez de desincentivarem, tornam licito algo que, a mim como cidadão que percorre este País, me desgosta e envergonha.
No Brasil, este tipo de actos dá penas de cadeia efectiva de 3 meses a um ano e uma pesada multa! Muitos outros países civilizados seguem este mesmo exemplo!
É obvio que só com a consciência de que se está perante actos socialmente reprováveis, que inclusivé têm pesadas consequências penais, é que se pode reduzir a dimensão destes fenómenos e se ir encaminhando a consiciência cívica dos mais jovens para o rumo certo.
Um grupo juvenil que tem "enfeitado" a chamada linha de Cascais, colocou no youtube o seguinte vídeo onde mostra a sua "arte":
Acaba por ser, no fundo, este tipo de intervenções que a atitude das Estradas de Portugal e da Câmara de Sintra irão indirectamente incentivar!
Não acredito que não tenham essa percepção! O que acredito é que não se importam, porque as implicações do que estão a fazer não os incomodam.
Infelizmente, vai-se ouvindo, cada vez mais dizer mal da nossa classe dirigente. Actos destes, o que é que nos pode levar a pensar sobre essas pessoas?
Que para uns o entendimento de serviço público não é relevante. Apenas a sua carreira política ou o seu lugar de gestor conta!
Não se detêm com estratégias sérias de futuro, remetem-se exclusivamente à resolução simplista das questões que vão surgindo, ainda que com isso possam até estar a alimentar a raiz dos próprios males que querem combater!
Que para outros a ocupação dos lugares que desempenham não deriva de competência ou de preparação cívica, pelo que nem sequer terão consciência dos erros que praticam e tão pouco virão a prestar contas por este tipo de acções!
Por isso, já que esses "responsáveis" consideram que esta arte valoriza tanto os espaços públicos, espero bem que tenham a justa retribuição desta sua forma de gerir.
Ou seja, espero que os praticantes da modalidade "artistica" graffiteira, descubram rapidamente onde residem os Senhores Administradores da Empresa Pública Estradas de Portugal e do Presidente e Vereação da Câmara de Sintra para os presentear com este tipo de "arte" nas paredes exteriores das suas habitações. Afinal estamos a chegar ao Natal e pelos vistos eles gostam e merecem!
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Confesso que não aprecio grafitis. Acho que me agridem a vista mas é considerado por arte por muitos. Tal como não gosto de todos os estilos de pintura ou de todas as obras de pintores, aceito que haja gosto para tudo.
ResponderEliminarAgora há de fazer diferença entre grafitis e tags que são um puro desrespeito dos bens alheios tais como os riscos com chaves em carros.... Esta juventude devia ser obrigada a pintar de fresco os muros que sujaram com a sua pretensa arte e percebiam como custa pintar uma parede. Já o fiz (pintar) várias vezes na minha casa ou em casa de familiares e ei dar o valor a este trabalho.
beijinhos
Verdinha
é através do dialogo e mediação que se evitam situações insustentáveis de pintura sucessiva, com ainda mais penosos encargos para as instituições
ResponderEliminarao contrario do que possa parecer é precisamente através deste tipo de iniciativas que se consegue avançar em alguma direcção, desmistificando, aprofundando o conhecimento real sobre as características dos fenómenos em causa e a melhor forma de lidar com as mesmas
para mais informações convido a visitar o blog: grrau.blogspot.com
e para esclarecimentos directos podem contar com o meu apoio
Pedro Soares Neves
info@userdesign.org
Corroboro inteiramente tudo o que afirma neste seu excelente artigo.
ResponderEliminarQuando li a notícia fiquei atónita!
Há mistérios insondáveis que regem certas decisões!
Há empresas públicas que já há alguns anos incluem nos contratos de limpeza de material específico verbas mensais para que os graffitis sejam retirados em vez de reforçarem a guarda dos locais onde esse material se encontra.
A política é a mesma. Deixem os “artistas” expressar-se desta forma corrosiva estragando o que é de todos nós!
Quanto à C. M. S. muito haveria a dizer.
Apenas refiro que na localidade onde resido (é só a maior freguesia da Europa) não há um jardim dito normal, onde as pessoas possam sentar-se, andar e desfrutar um pouco do cansaço do dia a dia.
Desejo-lhe um bom Domingo e grata por trazer este tema que mexe bastante comigo.
Um beijinho.
Caro Pedro Soares Neves
ResponderEliminarAgradeço a sua simpática passagem por este espaço e a sua intervenção, pelo facto de provir de alguém directamente ligado a esta acção pública de “decoração” do IC19, que eu aqui critico tão abertamente.
Foi para mim uma agradável surpresa vê-lo aqui no meu espaço e achei muito interessante e positiva a manifestação de intenções que deixou revelada!
Fiz portanto uma passagem breve pelo blog que me indicou e pelo site do GRRAU e, através das respectivas leituras, fiquei a saber mais sobre a realidade que lá é entendida por “arte urbana” e a forma como ela se vai desenrolando na minha cidade!
Mas a verdade é que a problemática que me levou a colocar o texto no meu blog nada tem que ver com concepções de arte, tem que ver exclusivamente com modos de relacionamento social.
Tem que ver com comportamentos cívicos e a forma como os responsáveis políticos lidam com eles.
Tem que ver com uma realidade que se me impõe quotidianamente e com os efeitos que ela tem na organização de urbanismo em que me movo e na qualidade de vida que me é facultada!
Por isso, caro Pedro Soares Neves, uma coisa são realizações artísticas sobre a forma de pinturas murais, outra, bem diferente, são acções não licenciadas, executadas em espaços públicos, quer tenham a forma de pinturas, quer de desenhos, ou simples palavras ou frases.
E, sinceramente, permita-me que discorde de si, não me parece que o diálogo, quando implica a abdicação de princípios seja útil ou desejável. E isso é tanto mais grave, quando o quem está em presença são entidades públicas!
Gostaria contudo de lhe dizer que quanto a obras de arte murais, tenho por elas o maior apreço, quer se trate de frescos medievais, tão comuns na Itália e na Europa de Leste, quer se trate de painéis “arte nova” e “art deco”, que já tive a oportunidade de ver pelo mundo fora e que considero belíssimos exemplares artísticos que enriquecem e enobrecem os espaços onde se encontram.
Gostaria ainda de salientar que encontrei igualmente boas obras recentes, como o enorme painel mural de Gervásio Teixeira, salvo erro dedicado a Chico Mendes, no Rio de Janeiro e que obras de carácter étnico como os murais das habitações das pequenas vilas do sul da Baviera e do Tirol, me deixaram extasiado.
Mas até nem seria preciso ir tão longe, para destacar, por exemplo, a beleza do painel mural de Maria Keil junto à Infante Santo!
Mas, como volto a repetir, a questão não é essa!
A questão está no facto de alguém, só porque lhe apetece, interferir visualmente num espaço público, o qual não é, de facto, sua propriedade exclusiva, mas sim pertença da comunidade.
Continua….
continuação....
ResponderEliminarPor isso o que está em causa não é o gosto, é a atitude abusiva, ofensiva e mesmo agressora dos direitos dos restantes cidadãos a usufruírem da visão pura dos espaços públicos, tal como foram concebidos originalmente.
Maria Keil, Júlio Pomar ou AliceJorge não resolveram um dia, só porque lhes deu na cabeça, colocar os seus painéis na Infante Santo. É essa a diferença!
Ora esta minha posição de princípio leva-me a entender que a atitude das autoridades só poderia seguir duas linhas essenciais:
Uma, a da defesa da sua competência exclusiva na escolha e colocação de novas peças de arte urbana! Uma competência pública que é conferida por Lei, nunca poderá ser susceptível de negociação ou diálogo com privados!
Outra, a da defesa património colectivo existente, no qual se inclui o carácter e a imagem de uma cidade. E aqui o que se teria de fazer seria estar atento e apagar de imediato quaisquer afloramentos espontâneos de intrusão visual no espaço público, conforme fossem surgindo. Chama-se a isso Higiene Urbana e Ambiental e Preservação do Património!
Vejo, com tristeza, que não é isto que acontece, e que para além de não fazerem o que devem, as autoridades não percebem o alcance das acções que patrocinam, acabando exactamente por promover aquilo que deveriam combater!
Nessa medida, tenho que lhe confessar que acho que toda a regulamentação existente no País, para reprimir os actos de vandalização de espaços públicos através de graffitis, é perfeitamente inócua, o que aliás a crescente proliferação deste fenómeno confirma abundantemente.
Defendo pois, como referi neste post, a máxima dureza no combate a esses actos ilícitos, nomeadamente a utilização de enquadramentos penais idênticos aos de outros países, através da aplicação de pena de prisão efectiva e de pesadas multas!
Tal como defendo o mesmo para quem se atrever entrar na casa dos praticantes desta “arte urbana” e lhes escrever, pintar ou desenhar nas paredes e nas mobílias!
Intrusões abusivas na propriedade que é dos outros, ou que é comunitária, merecem sempre um castigo exemplar, no meu entender.
O caso da IC19 é portanto para mim um exemplo do que não deve ser feito! Mais um, tão só!
Mas nem por isso, e apesar da simpatia da sua presença aqui, vou deixar de ser claro, quanto ao caso concreto!
A “Estradas de Portugal” e a Câmara de Sintra” resolveram colaborar com o “GRRAU” no sentido de “ enquadrar o ambiente rodoviário e dignificar também este tipo de expressão artística, chamando artistas da zona para comporem um mural que transmita aos automobilistas [a ideia] que estas manifestações podem constituir um elemento de valorização da estrada”
continua....
continuação...
ResponderEliminarOra o GRRAU, associação privada, com os seus interesses específicos, parece-me ser uma entidade que pretende agregar e manter vivas estas actividades, eventualmente disciplinando-as e canalizando-as para fins e locais específicos.
É uma entidade com opções intelectuais legítimas, e isso eu não contesto de maneira nenhuma.
Mas trata-se de opções baseadas numa concepção de arte que acaba por dar uma cobertura intelectual e moral a acções que, de acordo com o meu entendimento, ferem profundamente o respeito cívico que tem de existir numa sociedade organizada.
Por isso, se acho legítimo que através de concurso, se pudessem contratar artistas individuais para proceder à decoração dos muros do IC19, acho completamente errado que entidades públicas estabeleçam diálogos e colaborações com estruturas organizativas que, repito, dão cobertura intelectual e moral a actos de arbitrariedade individual, como é a produção de graffitis.
Ao fazê-lo, são esses organismos públicos que passam a assumir essa mesma cobertura.
E isso é um absurdo, um erro político, um incentivo a que essas actividades continuem e uma traição aos interesses dos restantes cidadãos.
Do ponto de vista do GRRAU esta colaboração, acredito que seja, sem dúvida, uma bela vitória dos seus propósitos.
Do ponto de vista de uma Câmara Municipal e de uma Empresa Pública é obviamente uma demonstração de incapacidade e de falta de lucidez!
Quem tem vocação artística e vontade de a exprimir deverá encontrar o seu espaço próprio e, à semelhança do que vi noutras cidades, poderão até existir, fora do centro, espaços concedidos pelas autoridades, para que essas manifestações se produzam.
Em Lisboa, por exemplo, que é onde vivo e trabalho, os casos do Bairro Alto e da Avenida 24 de Julho, são dos piores exemplos de anarquia cívica e de desinteresse das autoridades, que existem no mundo.
Fico profundamente chocado sempre que passo por esses locais. Chocado, mas não admirado!
Autoridades que não se preocupam com a degradação crescente de milhares de edifícios e que deixam que se abatam magníficos exemplares da história arquitectura da cidade, é natural que não considerem o combate à conspurcação visual de Lisboa como uma prioridade.
Mas, caro Pedro Soares Neves, isso só me impele a que critique fortemente a situação!
Apresento-lhe as minhas saudações, esperando que venha a ser possível a esta cidade e a este país a conquista de uma imagem limpa e civilizada e que todos os possuidores de talento artístico consigam mostrar sem controvérsia a sua obra!
Se o GRRAU, de alguma forma, puder contribuir para isso, seria muito bom para todos nós!
De acordo com um protocolo assinado entre a Câmara de Lisboa, a Procuradoria-geral Distrital de Lisboa, a PSP, a direcção-geral de Reinserção Social e a Associação Lisbonense de Proprietários, quem for apanhado em flagrante delito a pintar "graffitis" no Bairro Alto, em Lisboa, será castigado com a limpeza e pintura da fachada que danificar.
ResponderEliminarO papel da autarquia, referiu o presidente da Câmara, António Costa, será dar "apoio técnico sempre que seja aplicada a obrigação da limpeza da parede e a reposição da pintura", fornecendo o material e o apoio técnico para a operação. Outra tarefa da Câmara será "mobilizar os proprietários para que apresentem rapidamente as queixas".
"Não é nenhuma daquelas teorias que ficaram célebres nos anos 1990 por se terem enfurecido de mais contra os grafittis. Isto é equilíbrio, isto é proporção, isto é não deixar passar sem reacção", defendeu o então ainda ministro da Justiça, Alberto Costa.
A autarquia irá também abrir uma galeria de arte urbana na calçada da Glória, um espaço alternativo e legal à pintura de "grafittis".
Ou seja e parafraseando o outro: é proibido! Mas pode-se fazer? Pode, mas é proibido!
O princípio que está subjacente a esta tomada de posição de diversas autarquias é o mesmo que o governo tomou há uns anos quando resolveu legislar sobre a distribuição de seringas nas prisões. O tráfico é proibido mas fornece-se seringas para o consumo.
Neste caso os graffitis são proibidos mas disponibilizam-se espaços para o efeito.
Não é portanto novo o método. O denominador comum é obviamente a manifesta incapacidade em combater eficazmente estas (e outras) práticas e é precisamente esta a mensagem que é transmitida.
Opta-se portanto, pela solução mais simples e evocam-se argumentos justificativos tão absurdos quanto "o controlo e confinamento das práticas".
Resultados práticos: os graffittis no BA continuam a proliferar alegremente e não se verificou uma redução do número de casos de sida e hepatite nas prisões como seria de esperar (?!?), ao contrário do consumo de drogas duras.
Se a ideia reside no embelezamento dos muros do IC19, pois que convidem jovens artistas ansiosos por darem a conhecer o seu talento.
Chamar artistas a marginais que passam a maior parte do seu tempo a borrar o primeiro metro quadrado de parede que lhes apareça pela frente é ofender os artistas.
E lamento o seu silêncio perante mais este exemplo da glorificação de marginais.
Já agora, para o ramalhete ser completo, fechem a IC19 e convidem também os "tunings" para irem acelerar durante "a manifestação artística"!....
caros amigos
ResponderEliminarpara poderem reflectir melhor sobre o problema, gostaria que vissem o GRRAU -Manifesto em:
http://grrau.blogspot.com/2008/10/grrau-manifesto.html
penso na necessidade de normalisar o processo.zrelembro, que para se poder trabalhar com o Sinn Féin foi necessário dialogar também com o IRA.
NAUMON
...normalizar o processo. relembro, que...
ResponderEliminarNAUMON
Caro Naumon
ResponderEliminarPela minha parte visitei de imediato o site e o blog e li quer o que se encontra expresso, quer tudo aquilo que ele tem implicito.
E achei lamentável tudo o que depreendi dessa leitura, pois dela resulta que a posição das nossas autoridades passou da indiferença para com o vandalismo ao colaboracionismo.
Mas, claro, sob a forma de aceitação de um conceito de arte, que é absolutamente controverso e esquecendo o pequeno pormenor da agressão ao património e da poluição visual!
Acho ainda curioso, o meu caro Naumon ter posto em paralelo negociações com terroristas, com o diálogo que as nossas autoridades aceitam com organizações que dão cobertura intelectual e moral à proliferação de graffitis.
Achei curioso e naturalmente muito significativo!
A História, de facto, já nos ensinou que por vezes, em situação de desespero, há que negociar com os inimigos.
Foi este o paralelismo que traçou.
Não creio que nenhum poder legislativo ou policial em Portugal tenha chegado ainda ao ponto de se colocar na abdicação total dos seus principios.
Se acreditasse nisso, teria forçosamente de acreditar que estamos nas mãos de todos os infractores, delinquentes ou até mesmo de bandidos.
"Necessidade de normalizar o processo"? Mas a qual processo se refere?
Para mim há de facto que normalizar um processo que é, de facto, profundamente anormal, que é o da incapacidade das autoridades em fazerem respeitar o património comum!
Se nos restantes países da Europa civilizada, dos Estados Unidos, do Canadá e do Brasil, para não falar de outros pontos do globo, as autoridades conseguem controlar este fenómeno, aqui só não o fazem porque são incapazes, de todos os pontos de vista.
Diálogo... NÃO! Policiamento, cadeia e multas!
Um abraço
Estimado in-senso
ResponderEliminarEm primeiro lugar, devo dizer-lhe que estou completamente de acordo consigo e acho também profundamente lamentavel que organismos públicos se deixem levar nestas coisas de chamar arte a Graffiti, arte é outra coisa. Deixo-lhe aqui um grande abraço, pela forma brilhante como debateu este assunto e que deveria a meu ver ter uma maior visibilidade pois transmite conhecimentos e pontos de vista de grande gabarito. Dava um bom programa de prós e contras na RTP em vez de andarem sempre em falar de crise...
Muitos parabens adorei ler isto
Fico desapontado por ver aqui tanto ressentimento e desinformação.
ResponderEliminarO ódio radicaliza e cega.
Na minha opinião, a falta de cultura neste domínio não deve impedir a aquisição de novos conhecimentos que proporcionem uma abertura informada e lúcida de espírito.
Não é possível classificar como sendo da mesma estirpe apontamentos urbanos tão distintos como são aqueles pertencentes ao universo do graffiti e da street art.
Porque não se gosta de andebol, diz-se mal de todas as modalidades desportivas?
Isso é um sinal claro de desinformação.
A necessidade de controlar o mundo só pode conduzir à frustração. O mundo é maior do que a nossa infinita insignificância, acentuada quando a informação sobre o assunto não é consolidada pelo estudo.
Lamento que o autor do post sofra dessa maneira. O ódio corrói por dentro.
Só lhe posso desejar paz de espírito.
Se não mudar de opinião após adquirir cultura no domínio da arte urbana e mesmo da arte em geral, está tudo bem, porque tem direito a ter a sua opinião.
Apenas desejo-lhe menos angústia, menos raiva, desejo-lhe Paz de espírito.
Respeitosamente.
Mesmo que por vezes isso não seja evidente, a verdade é que estamos todos do mesmo lado, desejando o melhor para a cidade.
mesmo não concordando da sua opinião, consigo perceber o sua indignação quanto a este assunto.
ResponderEliminarno entanto a arte esta nos olhos de quem a vê.e não esta em mais lado nenhum.por isso dizer que graffiti não é arte, como está em alguns dos comentários, não tem fundamento.
tal como em todos os géneros de arte os artistas são diferentes e tem objectivos diferentes na sua arte.
por exemplo o "Dalaiama" tem um estilo a meu ver simplista mas com uma mensagem muito presente.outros artistas como "Sen" ou o "que" tem um estilo muito mais trabalhado mas já não tem uma mensagem tão presente como o referido anterior.
compreendo que quando passam na rua não gostem de ver tags, e se sintam incomodados com os mesmos.
eu quando vou a galerias de arte também não gosto de ver nus, simplesmente porque não gosto do género de pintura(é um género de arte que prefiro ver ao vivo;)).
mas eles estão la para quem gosta.
eu sei que uma galeria de arte é um sitio próprio para a pratica, mas trata se só de um exemplo do que umas pessoas gostam e outras não.
a minha mãe é uma pintora excelente com algumas exposições, e quando se apercebeu que o seu filho andava a pintar paredes não achava muita piada.mas no fim de uma explicação, de fazer um graffiti no jardim dela, e de perceber a técnica por trás destas pinturas, é hoje a pessoa que mais me apoia.
eu não defendo que cada um escreva o que quiser onde quiser.
o que é facto é que as pessoas fazem as coisas com objectivos diferentes.por isso há quem queira deixar um pouco de cor num sitio cinzento, há quem queira deixar uma mensagem estampada a vista de todos; há quem queira deixar uma mensagem camuflada para só certas pessoas perceberem, e há quem queira simplesmente por o seu nome no máximo de sítios possíveis.
eu não posso julgar ninguém pelo que fazem.fica na consciência de cada um o que deve ou não fazer.e acho muito bem que se apliquem penas a quem esta a vandalizar uma parede particular, vamos é ter em conta que uma pessoas apanhada com droga vai á esquadra dar o nome, e depois vai a reuniões com psicólogos.uma pessoa que tenha por exemplo o cuidado de ir para uma fabrica abandonada fazer graffiti se for apanhada, tem multas tem limpeza tem cadastro ou ate mesmo ir preso por pintar. quanto a por mais segurança para evitar graffiti, pensem mas é em por segurança para evitar roubos violações e coisas do género.
preocupem-se com aquilo que é realmente preocupante.
mas digo-vos; combater o graffiti esqueçam!
se querem encontrar uma pessoa determinada e que não desiste procurem um writter a serio.
o graffiti é como todas as coisas boas e más.podem mudar, mas não desaparecem.a musica nunca vai desaparecer, os conflitos nunca vão desaparecer ,alegria e a tristeza nunca vão desaparecer, e o graffiti também nunca vai desaparecer ate porque esta cá desde á milhares de anos(pinturas rupestres).
só á uma maneira de acabar com os graffitis.que é acabarem com as paredes.o que penso que não vale a pena sequer tentarem, por isso habituem-se.